Em 2021, o CFM realizou uma pesquisa inédita com a participação de 1.600 médicos brasileiros para entender como a pandemia da COVID-19 afetou a vida desses profissionais que estiveram a todo momento na linha de frente de combate à doença. O estudo traz um alerta, principalmente, à sobrecarga vivenciada pela categoria desde o início da crise sanitária no país.
Quase a totalidade dos respondentes (96%) acreditam que a pandemia teve reflexos em suas rotinas, seja com o aumento do nível de estresse (22,9%), despertando o sentimento de medo e de pânico por lidarem com uma doença desconhecida (14,6%), com a redução do tempo dedicado à família, às refeições e ao lazer (14,5%) ou, ainda, na diminuição da qualidade do sono (7,6%).
Apesar dos impactos à saúde emocional e física, de acordo com os participantes do levantamento, o atual momento foi uma oportunidade de os profissionais reforçarem o compromisso com o propósito do seu ofício (13%), fortalecerem a sua imagem frente à sociedade (6,2%) e, também, de melhorarem a relação com os pacientes e os demais profissionais de saúde (4,7%).
Além disso, para 16%, o contexto ampliou a confiança com os pacientes e familiares e, ainda, os tornou mais abertos às orientações dos especialistas (12,6%).
De acordo com 88% dos que responderam ao levantamento, há possibilidade de novas epidemias surgirem no futuro. Assim, eles sugerem o investimento na valorização dos profissionais de saúde (15%) e a destinação de verbas às pesquisas no campo científico (15%). Os entrevistados também ressaltam a importância de melhorias no saneamento básico (15%), na área da saúde (11,4%), no fortalecimento da atenção básica (13%) e o reforço no sistema de vigilância sanitária (12,3%). Já as ampliações dos leitos de internação e de UTIs apareceram em 10,6% e 8,6% dos retornos, respectivamente.
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