A neuroendoscopia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo com o qual o neurocirurgião pode remover um tumor, coletar material para exames laboratoriais ou realizar diagnósticos diversos através de incisões tão pequenas quanto uma moeda. O cirurgião tem as opções de abordar o tecido cerebral pelo crânio, boca ou nariz de acordo com a doença do paciente e a localização que o neurocirurgião pretende alcançar.
Os neuroendoscópios permitem ao cirurgião acessar áreas do cérebro que não seriam acessíveis sem a utilização desses equipamentos, o que possibilita a remoção de tumores com a mínima lesão possível de tecidos e estruturas próximas ao local cirúrgico.
Em 1910, foi realizada a primeira neurocirurgia endoscópica, em duas crianças com hidrocefalia, pelo médico urologista Victor de L’Espinasse. Após o feito, ele se tornou o “pai” da neuroendoscopia. Apenas em 1923, um novo procedimento de ventriculoscopia foi realizado por William J. Mixter, em uma criança com hidrocefalia obstrutiva. Os instrumentais e equipamentos nesta época tinham diversas limitações e faziam com que as neuroendoscopias fossem raramente praticadas. As dificuldades e limitações técnicas foram solucionadas por volta de 1980 com o desenvolvimento de endoscópios dedicados e instrumentais para aplicação da técnica.
A maioria dos neuroendoscópios atuais pode ser utilizada em conjunto com sistemas de câmeras de alta definição e instrumentais dedicados a esses procedimentos. As principais vantagens são a diminuição da dor no pós-operatório, a recuperação mais rápida comparada à cirurgia tradicional e a cicatriz reduzida devido à abordagem minimamente invasiva.
Os principais tipos de tumores tratados utilizando os neuroendoscópios são os tumores da glândula pineal, pituitária, tumores da base de crânio e tumores ventriculares.
Os neuroendoscópios mais modernos possuem canais de trabalho incorporados, permitindo ao médico a utilização de diversos instrumentais que passam por um canal protegido do contato com o tecido delicado do cérebro do paciente, o que aumenta a segurança e efetividade do tratamento.
O futuro da técnica de neuroendoscopia é muito positivo. O avanço da miniaturização das câmeras e das tecnologias de vídeo, o desenvolvimento de neuroendoscópios, que permite a técnica de manipulação de dois instrumentais cirúrgicos simultâneos, as inovações constantes dos instrumentais, a introdução de cirurgia com auxílio de navegação cirúrgica e a cirurgia robótica trazem avanços que possibilitarão um melhor tratamento e recuperação mais rápida ao paciente, com menor chance de complicações normalmente encontradas nas técnicas tradicionais.
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