Cirurgia de vesícula biliar laparoscópica com mais segurança

Videocirurgia
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A cirurgia minimamente invasiva propicia aos pacientes uma recuperação mais rápida, um pós-operatório praticamente sem dor e um retorno dentro de um curto prazo às atividades normais. 

A cirurgia mais difundida, no caso da cirurgia geral, é a Colecistectomia, ou, mais popularmente conhecida como a retirada da vesícula biliar doente. 

Trata-se de um procedimento extremamente simples, realizado em cerca de 30 minutos, mas que em caso de complicações pode levar o paciente ao desenvolvimento de comorbidades graves. 

Estudos feitos nos EUA mostram que a incidência de acidentes com as vias biliares - dutos responsáveis por ligarem a vesícula ao fígado - durante essa cirurgia é de até 0,7%. O número é baixo, porém, quando isso acontece, o paciente fica suscetível a repetidas internações, a reoperações e eleva, significativamente, o custo do tratamento.  

Pesquisas apontam, também, que a má identificação desses dutos na imagem endoscópica por conta de variações anatômicas é a responsável por esses acidentes. Ou seja, o médico pode realizar uma interpretação errada sobre a localização dos dutos e, no momento de separá-los, gerar tais prejuízos. 

Entretanto, existe uma ferramenta, aliada do cirurgião, que pode trazer melhores resultados cirúrgicos, diminuindo essas intercorrências: a cirurgia guiada por fluorescência. Com essa tecnologia, o especialista consegue enxergar com precisão a localização das vias biliares, diante de um posicionamento claro, com dissecção e clipagem facilitadas, indispensáveis para a posterior retirada da vesícula. 

Para o médico usar essa tecnologia, basicamente, são necessárias cinco ferramentas que, inclusive, farão parte de um sistema de videocirurgia tradicional em alta definição. 

  • Endoscópio;
  • Fonte de luz com iluminação na frequência do infravermelho próximo (NIR – “near infrared"); 
  • Câmera endoscópica com tecnologia para visualização com uso de luz na frequência do infravermelho próximo (NIR – “near infrared”); 
  • Cabo de iluminação endoscópica;  
  • Contraste ICG (Indocianina Verde).

E como funciona essa inovação? 

Basicamente, o contraste ICG é injetado no paciente, com mínimo de 8h de antecedência, e ele se prenderá à proteína do plasma sanguíneo, tendo como destino (excreção) o fígado, passando pelas vias biliares. 

Quando o paciente entra em procedimento cirúrgico, o médico faz a abordagem laparoscópica e, no momento no qual o profissional desejar verificar as vias biliares ele, simplesmente, aciona a iluminação de infravermelho próxima (NIR – “near infrared”) para que excite o ICG aplicado anteriormente e a imagem fique destacada. O cirurgião pode realizar esse acionamento através de um pedal conectado à torre de vídeo ou através da própria câmera endoscópica.

Pronto. Agora, o especialista consegue, de forma clara, observar o posicionamento das vias biliares, identificando-as e pode, nesse momento, fazer a sua dissecção, clipagem e, posteriormente, a retirada da vesícula com maior segurança.

Na figura, podemos ver que com a luz branca fica impossível visualizar os dutos biliares. Quando utilizamos a Fluorescência com ICG, a identificação é muito fácil. 

 

Princípio da Tecnologia de Imagem por Fluorescência com ICG. 

 

Caso seja um paciente que realizará uma cirurgia de vesícula, verifique se o seu médico tem essa tecnologia. 

Comentários

Olidio | 17/02/2022 às 11:50

Pode ser usadas histerectomia vaginal para ver bexiga reto e ureteres

Fernando | 17/02/2022 às 09:45

Gostaria de saber se há aplicação semelhante em cirurgias urológicas.



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