O cálculo renal infantil - Sintomas, diagnóstico e tratamento

Urologia
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A litíase urinária na criança está freqüentemente associada a distúrbios metabólicos, anomalias do trato genito-urinário ou infecção urinária de repetição. Esse grupo etário está mais predisposto a episódios recorrentes e a um número maior de intervenções e manipulações, o que justifica o uso de tratamentos minimamente invasivos.

Em alguns países subdesenvolvidos, a litíase urinária em crianças é mais prevalente e está relacionada a fatores nutricionais. Crianças de menor idade costumam apresentar cálculos maiores, podendo ocupar o rim em sua totalidade, os denominados cálculos coraliformes.

SINTOMAS
O quadro clínico da criança com litíase urinária é mais variável do que o do adulto. Os sinais e sintomas mais frequentes são sangue na urina, dor abdominal difusa e infecções, com manifestação de febre. 

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de cálculos urinários em crianças pode ser realizado com métodos não invasivos, como a ultrassonografia das vias urinárias e a radiografia simples de abdome. A urografia excretora também é útil para demonstrar alterações anatômicas e funcionais do sistema urinário.

TRATAMENTO
A partir dos anos 80, o tratamento da litíase urinária passou por significativa modificação. O emprego de métodos como a litotripsia extracorpórea, a nefrolitotripsia percutânea e a ureteroscopia, chamados minimamente invasivos, tornou-se rotineiro, reduzindo as cirurgias abertas a apenas 1 a 4% dos casos.

Litotripsia extracorpórea(LECO): estudos tem demonstrado que LECO apresenta maiores índices de fragmentação em crianças do que em adultos. Este método é realizado por meio de ondas de choque (alta pressão), criadas e transmitidas dentro de líquidos (água). O método é contra-indicado em casos de obstrução do trato urinário, cálculos maiores que 2cm e em casos de distúrbios de coagulação e infecções urinárias. A realização da LECO em crianças deve seguir algumas recomendações: anestesia geral ou sedação, cobertura antibiótica adequada, proteção pulmonar e das gônadas em crianças, limitação do número de ondas de choque e energia. 

Nefrolitotripsia Percutânea: a NPC é recomendada em casos de cálculos grandes nos rins, cálculos coraliformes e situações anatômicas que dificultem a drenagem de fragmentos. Também há indicação desta técnica em casos de insucesso na LECO. A principal complicação relacionada à nefrolitotripsia percutânea convencional é o sangramento dos rins e estruturas adjacentes. 

Minipercutânea: A cirurgia minipercutânea assemelha-se em técnica à NPC convencional e é indicada para cálculos renais. Sua grande vantagem é o menor risco de sangramento e menores taxas de complicações devido ao diâmetro reduzido dos instrumentais. Os benefícios desta cirurgia minimamente invasiva ainda contemplam menor dor pós-operatória, menor taxa de complicações, mais conforto ao paciente, menor cicatriz cirúrgica, alta hospitalar precoce e não necessidade de manutenção de nefrostomia (sonda) no pós-operatórioo (especialente interessante em crianças, por reduzir as chances de infecção).

Ureterolitotripsia Transureteroscópica: tem sido cada vez mais utilizada no tratamento da doença calculosa em crianças. O desenvolvimento de aparelhos de menor calibre permitiu um acesso seguro ao ureter em crianças a partir de quatro meses de vida. 

Cirurgia aberta: a nefrolitotomia anatrófica, deve ser considerada em casos de cálculos coraliformes completos, associados a estenoses, onde um número razoável de cirurgias percutâneas ou procedimentos de litotripsia extracorpórea não seriam suficientes.

A Strattner possui em seu portfolio instrumentais específicos para o diagnóstico e tratamento dos cálculos renais em pacientes pediátricos, com sistema de nefrolitotripsia percutânea convencional e miniatura (MIP), ureterorrenoscópios semirrígidos e flexíveis, aparelhos para fragmentação de cálculos e litotripsia extracorpórea por ondas de choque.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA NO TRATAMENTO DE CÁLCULOS URINÁRIOS EM CRIANÇAS. Ricardo J. Duarte, Anuar I. Mitre, Francisco T. Dénes, Amilcar M. Giron, Vera Koch, Sami Arap. J Pediatr (Rio J) 2002;78(5):367-70.
UROLOGIA FUNDAMENTAL. Miguel Zerati Filho, Archimedes Nardozza Júnior, Rodolfo Borges dos Reis. São Paulo: Planmark, 2010. Vários colaboradores.
UROLOGIA MODERNA. Rodolfo Borges dos Reis, Stênio de Cássio Zequi, Miguel Zeratti Filho. São Paulo: Lemar, 2013.
PROTEUS: PALESTRAS E REUNIÕES ORGANIZADAS PARA A PREPARAÇÃO AO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM UROLOGIA, SBU. 2ª ed. São Paulo: Planmark; 2017. Vários colaboradores.

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